quarta-feira, 23 de setembro de 2009

Ainda não chegou o dia especial em que Pedro deixaria sua cidade natal. Precisava expandir seus horizontes, extasiava com tanta magia e luz acontecendo a sua volta, se divertia com inumeras histórias que ele poderia criar, inumeras pessoas a conhecer, experiências a adquirir e truques a aprender. Por que escolher outra coisa com todo o leque de oportunidades que tinha em seu próprio desejo?
Haveria de ser o que quer. Ninguém lhe tiraria esse direito.
Estava disposto a realizar seu sonho. Pedro só não estava certo de uma coisa: como fazer a garota que atualmente habita seus sonhos voltar para ele? Foi obrigado a terminar pelo mesmo motivo que ainda não está estudando arte na faculdade. E agora todos os dias ele relembra o beijo doce, a mão macia e o colo aconchegante que ela tinha.
O amor é traduzido pela distância que os separa. O sorriso suave e o arfar outrora extasiante reduzido a lembranças que lhe trazem amargura. Antes um abraço que fazia seu coração palpitar aceleradamente e hoje este mesmo abraço não dura mais do que dois segundos. Nem o colar Roberta usava mais. Deve estar esquecido em uma gaveta ou ido para o lixo. A mãe dela deve pensar que ele é um vagabundo oportunista e mesmo assim pensa em Roberta todos os dias. Sempre na hora de dormir.
Passa horas pensando nela e quando percebe o dia já está amanhecendo... ironia do destino? ele mesmo a chamava de "raio de sol". Acariciava as sombrancelhas como quem dizia "eu te amo", apertava suas orelhas enquanto observava seus olhos fechados e a cabeça de Roberta encostada em seu peito. Esfregava as pontas dos dedos na nuca de Roberta, ela acariciava sua barba e apertava contra o peito dele como quem falava: "não me deixe nunca"!
Alguns acham isso bonitinho enquanto outros acham piegas e antiquado. Pedro não tem opinião. Apenas sente calado e prepara-se para um exílio. Ele sabe que é questão de tempo para este amor se transformar numa bela amizade. E sabe que o carinho que teve por Roberta será dado a um outro alguém que lhe interessar. Mas só ele sabe o que seria capaz por mais um abraço forte e demorado, com o corpo colado e as buchechas se encontrando dos respectivos lados esquerdos de modo que os corações de um ficaria próximo ao coração do outro. Com certeza era a emoção que Pedro mais desejava no momento.
Olha para o céu negro como quem procura uma resposta de Deus. Nos desenhos formados pelas nuvens vê um pássaro com as asas abertas. Crê que este é o sinal necessario para que arrisque tudo e se jogue no abismo.
Como poderia culpar Roberta se nada do que ele prometera ele podia cumprir de imediato? E parando para pensar não era isso que Pedro queria para ela. O amor que sentia por Roberta era imenso a ponto de preferir vê-la longe dela ao invés de ver ela sofrer com ele. Pedro preferia sua solidão triste e desapegada. Era de sua natureza seus momentos de solidão. Embora nem sempre ele foi triste assim.
Já houve épocas mais alegres e menos adversas para Pedro. E não poderia deixar Roberta participar disso. Deveria protege-la dele mesmo. Por isso para Pedro amar é sinônimo de algo triste. Tristeza é sinônimo de coragem. A coragem de se largar no abismo para então voltar com uma bagagem carregada de sabedoria. Ele sabe que isso não é para todo mundo. Mas se encaixa perfeitamente no perfil dele.
E como se não bastasse tudo isto, os própios conflitos internos e os próprios problemas externos, ainda aparecem pessoas que, sem razão aparente, querem prejudicar Pedro. Um deles, Bruno, um garoto otário que mora na cidade de Salvador teve a pretensão de dizer as pessoas que ficou com Roberta na época do namoro deles. Coisa que ela jura que não aconteceu. O que mais irritava não era a mentira que Bruno inventou com medo de perder sua popularidade para alguem que ele sabia ser um cativante nato. Todos que o conheciam gostavam dele como ele era. Esse era o medo de Bruno.
O fato era: Pedro poderia ser ou não corno. Mas isso não importava mais. Ele não tinha mais nenhum vínculo com Roberta portanto isso seria problema dela e não dele. Mas o fato da covardia de Bruno em não assumir seus erros como um homem... era um menino!!

sexta-feira, 11 de setembro de 2009

continuação do capitulo I

O poi passa na frente dele formando um fountain com os pes fincados no chão. Para a esquerda abrindo a wave seguido de flowers! Agradece e para. Agradece a um banco vazio na praça. Queria que as pessoas tivessem visto aquilo! Até ele estava estupefato. Mas com a praça vazia Pedro ficava triste. E assim continuava mais uma noite triste noite ao aspirante à palhaçaria, teatro, música, poesia...
Pedro não conseguia enxergar outra coisa nele. Além de entreter se não alguem, pelo menos a ele mesmo. Um artista ele seria!
- Maior coisa de vagabundo! - ele ouvia! A crise deste rapaz era querer algo contrario aos que os pais queriam.
- E isso tem futuro?
"E isso tem futuro?" Como alguem podia perguntar isso? Desde que o homem existe, existe Arte. Como isso não poderia ter futuro? Pedro pensou, respondeu ao pai:
- Deve ter ná, pai... senão as pessoas não escolheriam isso!
Irritado partiu para uma Jam Session... um dos poucos que tratavam de liberdade pela raiz, Pedro não imaginava como seria sua noite. Foi levado pelos seus instintos e terminou bebado ao escrever tais palavras.
Era nesses momentos que Pedro fazia o que mais gostava: pensar com ele mesmo! Terminar suas madrugadas, o começo do dia, bêbado, em um estado de consciência diferente dos padrões sociais faz de Pedro um dos últimos da sua geração, fim da década de 80...
A contracultura circula em seu ser... um modo de responder aos seus impulsos em equilibrio ao que pensa. Pois a alegria de levar Arte na alma das pessoas, mesmo com as privações normais a quem escolhe esta carreira, mesmo que por condições adversas, era inenarrável. Ele persegue seu sonho no tempo em que resta alcançá-lo. E nem que custe todo o tempo do mundo não vai parar até realizá-lo
Um novo amanhecer estava por vir. Nada mudou. Apenas uma boa música era suficiente para manter o clima perfeito. O amor por tudo e por todos serem como são. Falta sim, melhorias no mundo que Pedro enxerga. Mais os sonhos ainda ocupa a sua mente mais do que a consciência dos outros.
Para a delicadeza existir em plenitude era só ser. Manter seu estado com a mente aberta para novas percepções. Tantos sabores e sensações que podem ser descorbetos ainda é pouco para Pedro. Uma necessidade incoerente de expandir suas percepções a nivel mais elevado. Naturalmente. Sem alterar a ordem das coisas.
Já não se importava com a barba por crescer. Pensava no amor que vem para esquecer o amor que passou. Mesmo não sendo tão fácil assim. Sentia uma necessidade de exílio. A sua idéia era isolar-se em lugar diferente, inabitado.
Não tem certeza as consequencias de sua decisão, mas tem certeza de uma coisa, que no mínimo, Pedro aprenderá bastante!

05 /09/2009
05:35 am

quinta-feira, 3 de setembro de 2009

Capitulo I

Começo o ínicio do livro Poesia de fim de semana! a todos que estiverem a fim de acompanhar o livro aqui está a primeira parte deste projeto que há muito tempo está sendo idealizado:


Capitulo I

Nas primeiras horas de uma quinta feira um jovem rapaz, um dos úlitmos da geração composta pelo final da década de 80, enxerga as poucas estrelas na ordenada madrugada urbana. Silêncio. O silêncio acalmava Pedro Alves. Solidão. Era a hora para Pedro estar no seu casulo. Analizava sua vida de um ângulo mais maduro. Já não chorava pelos objetivos não alcançados e sim sentia-se corajoso pelos sonhos a realizar.

Pedro que até pouco tempo atrás sentia-se desmotivado pelos tombos que a vida lhe deste agora sentia-se forte por não ter nada a temer. Era medo que ele sentia. Era o medo de que os sonhos não se tornariam reais. Isso paralizava qualquer ação que fosse possível carregar.

Como é fácil levantar um graveto. Percebeu que o tempo é um veículo que deve ser usado a favor... contra jamais.
03/09/2009 1:15 am