sexta-feira, 8 de janeiro de 2010

E em uma semana, ele mudou muito. Já não bebia mais. As vezes uma dose de whisky para escrever. E está largando o cigarro. Fins de semana em barezinhos gastando parte do seu dinheiro suado latrina abaixo... ou fazer uso do dinheiro para soltar fumaças e estragar o pulmão como se não bastasse a fumaça expelida pelos dinossauros domesticados. Muitas das coisas que o agradava agora o desconcerta.
Ele já não consegue pensar em si. Solidão já não o acompanha. Faz planos secretos para viver com seu par. Mesmo com toda a insegurança que lhe é inata. Acredita profundamente ter encontrado a pessoa que viverá ao seu lado o resto de seus dias. Lamenta seus problemas não resolvidos de anos vividos. Impedimento arbitrário de tê-la. Mas mesmo os seus abraços nunca foi tão correspondidos e os carinhos que ela lhe faz nunca foram tão almejados. Realidade estranha para quem se imaginava sozinho no meio do mato a pouco tempo atrás.
Atualmente as coisas não estavam indo muito bem. Ele não sabia até que ponto poderia ir. Ele cometeu vários erros no passado. E agora está aqui para consertar as coisas. Por isso todas as dificuldades surgindo. Não tem noção de como pagará o curso de palhaço. Mas de alguma forma haverá de fazer. Também não sabe como fará para tê-la com ele. Mas sabe que haverá de ter. Por um lado nuvens negras cobrem o céu dele. Por outro um arco-íris mostra o mapa de seu tesouro. A continuidade de seu reinado depende da derrota de um dragão feroz. Uma proeza que não é fácil de ser realizada.
Realizar, pelo menos, uma ação social no mês vai abrir espaço para um aprendizado no seu sonho. Ultimamente ele tem sofrido não somente pelas suas dores, mas também pelas dores alheias. Pôde observar o quanto uma pessoa pode suportar pelo fato de existir. Ser passível de causa e efeito. Estar na grande roda de consequências interligadas. Ela tornou-se a pessoa que ele epelha.
Almeja o sucesso de seus planos para que possa viver ao lado dela. Inexplicavelmente sente uma atração idílica. E sem querer ela o tira da inércia. Ela é o contraponto de uma força contida e uma insegurança que o consome. Desnecessariamente. Mas fatidicamente real.
O conceito de nada ser por acaso não entra em sua mente com fluidez. Pois a ansiedade em realizar os desejos as vezes o consome por mais tempo em que haje para alcançá-los. Ela não sabe em que está se metendo. Têm uma idéia parcial. Quer a mesma coisa que ele. Viver uma relação amorosa. Só que relacionar-se com ele não seria estar somente com seus carinhos. E sim, com problemas que impede uma felicidade plena.
Talvez ela imagine que tudo será felicidade e carinho ao lado dele ou talvez ela realmente enxerga nele a pessoa que o acompanhará. A incerteza existe pela união de duas histórias. Ela ainda nem o conhece por inteiro e já se irrita com sua insegurança. Por outro lado é realmente chato que ele a lembre constantemente do problema que os separa. Mas faz parte da rotina dele. Ele só quer o bem dela, e quer protegê-la dele mesmo. Ela o ama e não quer vê-lo desanimado por problemas que vão ser resolvidos.

sábado, 26 de dezembro de 2009

Cheirinho de flor

Quando o amor acontece
Ele tenta não deixar rastros
e vestígios de algum por quê.
E ele também não desaparece
Sem que haja motivos - vários
Para desaparecer.

Nenhuma fronteira é razão
De ele apagar-se em brasa
Estará em meu coração -
Desde a semana passada -
Até os mais longíquos dias

Necessita de sua presença
Mesmo em espírito
É viciado em sua essencia
E deseja-te assim mesmo:
Aflito.

É o tempo todo carinho
É o toque suave sem pudor
Quer a todo momento distribuir beijinhos
E sentir o teu cheirinho de flor.
Acho que não sei o quanto posso.
Não sou de testar até quando suporto.
Tenho que deixar, espairecer,
Já que não consigo esquecer.

Quando seguir em frente é só o que resta.
Atrás, não dá, um projétil apontado para sua testa.
E a possibilidade de tudo mudar amanhã

Acho que carrego um falso sorriso
Não sou de ficar triste comigo
Mas hoje espero pela nova manhã

A noite vai ser longa e solitária
E mais uma companhia tarda
Mais uma dose de alegria esvaece

Mais uma lágrima derramada
Uma batida desperdiçada
E tudo assim permanace...

sexta-feira, 25 de dezembro de 2009

Quando nada pareceria mudar, inopinadamente uma ligação muda tudo em sua vida. Um amigo, Derico, o chama para fazer uma viagem a Natal RN. A idéia era fazer malabares de fogo por lá. Nesta viagem surge o convite para entrar na Malabares Mágicos. Com menos de um ano e meio de poi Pedro tinha adquirido muitos conhecimentos nessa modalidade. Com 5 meses de bolinhas também está muito adiantado para alguém com tão pouco tempo. A sua estréia na Malabares Mágicos no último Encontro de Malabares do ano também foi surpreendente para ele a ponto de aprendizado com o público. Nem tudo estava tão perdido assim. Talvez fosse o momento de não enxergar os deslizes como tempestades. Nas mudanças que a vida direciona sempre há uma saída que a própria mudança propicia. Basta observar com calma. Em sua casa as coisas não estão tão bem assim.
Contas apertadas forçavam Pedro a ter que buscar um trabalho "de verdade". E talvez não possuisse mais tanto tempo para poder dedicar-se no que ele busca se tornar. O difícil contraste de quem busca a Arte e faz Arte com o que ganha. Sonhando um dia, viver pela Arte.
Em contrapartida, uma linda garota ganhou o coração deste poeta. Dando-lhe novamente inspiração. Ainda não a conhece pessoalmente. Mas passa tempos e tempos pensando em como será o rosto dela. Afagar-lhe os cabelos e entregar todo esse amor guardado. Será que pode mesmo duas pessoas se conhecerem e já sentirem-se parte um do outro?
Após algum tempo, finalmente Ingrid e Pedro se conhecem. Ela,tímida, quase não o encarava. Mas também não o evitava. Ele a encarava como se fosse a única pessoa no ambiente. Estava fascinado pela pessoa que prostava em sua frente que não percebia mais nada. E como foi para Pedro tão mágico aquele abraço. Ingrid também se envolvia em seus carinhos e compartilhavam a mais bela cumplicidade que alguém poderia ver. A leveza e suavidade do toque, os olhares fixos e os abraços apertados. Pedro se envolvia sem medo e pudor. Gosta realmente de Ingrid. E todos os dias se corroe por não poder tê-la todos os dias ao seu lado. Embora não queira prendê-la a ele. Ingrid passará na Ufba e uma nova comecerá para ela. Muitas pessoas entrarão em sua vida e sua nova rotina será seu novo mundo. Pedro tem uma vida meio estagnada. Treinos diários, leituras e escritas. Uma vida chata. Não há movimento e fluxo contínuo de pessoas. Apenas o nascer e o pôr do Sol marcando tempo. A experiência o fez entender que quanto mais natural seja o momento mais continuo o fluxo e a energia se movem. Gerando o que chamam de plenitude. E é isso que este casal representa. Plenitude é o que sentem quando estão juntos. E quando não há Ingrid ao seu lado parece que ele pode sentir a prensença dela pensando nele. As mãos dela parece que sempre está colada na dele. O seu coração sente um aperto de saudade. Mas também alegra-se com isso. E assim eles se completam.

quinta-feira, 24 de dezembro de 2009

"Você não é daqui não, né? pois saiba que de onde você veio um menino gosta muito de você." Pedro decidiu ir atrás dela. Iria até a sua cidade para passar um dia com ela. Conversar novamente depois de 3 anos passados sem enxerga-la. Falaria das longas cartas. Nunca enviadas. Falaria dos dias e noites que passava com ela invadindo sua mente. E se ela estivesse com alguem? E se uma outra pessoa já tinha entrado em sua vida. Resolveu conversar com ela primeiro. A internet pode nos ajudar a conseguir algumas coisas que precisamos para a vida real.
Sua surpresa em vê-la dizer que estava mais fria. Que ele mesmo poderia se decepcionar com a mudança que ocorrera nela. Estava mais preocupada com seus estudos e não teria tempo para relacionamentos. Então estava decidido. Não iria também atrás dela. O amor que um dia sentiram nada mais era do que lembranças a serem esquecidas. Suas cartas só lhe valeram para desenvolver a escrita e um conceito de amor que ele não encontrava na vida real. Recentemente uma índia disse a Pedro: "Você só terá um amor na vida. E esse amor que você terá é fruto de uma outra vida."
No fundo Pedro se entristecia com as palavras pronunciadas por aquela mulher de cabelos lisos e grisalhos. Se o amor dele ainda não chegou ainda há muito o que mudar nele para estar realmente condicionado a tratar esse amor como deve. Quem sonhará junto com ele nas noites embaixo das cobertas sob o barulho do ventilador? Sonhar juntos para juntos aprenderem e agirem com amor. Verdadeiro.
Que caminha ao carinho. Ao ciúme que guardamos e achamos bonito o sentimento sem culpa. Um jeito especial que os olhos fecham. Que os cabelos emaranham nos dedos emquanto dorme em seu colo. Até que apareça açguém digna de trocar sorrisos e de ter todo o amor que tem para oferecer Pedro dorme e tenta sonhar mais uma noite. Porém como todas as suas noites, não consegue lembrar-se do seu sonho. Numa noite de terça-feira tomou um susto. Todos os contatos do msn tinham sido apagados.Alguém, sem querer, lhe deu a luz que precisava. Iria pôs as pessoas em um funil. Avisaria as pessoas sobre o acontecimento mais aprveitaria para excluir da vida as pessoasque não lhe interessa mais.
Acabou achando muito bom o que aconteceu. Pedro não podia estar mais feliz. Iria para Feira de Santana aprender mais ainda sobre interação circense. Ótimas oportunidades apareciam para a realização de seu desejo, e por isso, levanta as mãos aos céus e agradece. Já chegando perto de Novembro, ao voltar de Feira de Santana... uma experiência para lá de desagradável baseada na exploração do trabalho circense, Pedro tinha muito o que pensar. Como iria conseguir sustentar-se por 3 meses no capão? Ao comprar os itens de camping para sua viagem sobrou-lhe 500 reais e ainda faltava comprar uma mochila de 90 litros. Não poderia viajar com uma de 45 litros. E como não iria mais ver Sophia decidiu guardar o dinheiro para viajar no reveillon.

quarta-feira, 7 de outubro de 2009

Pedro chega bem perto de Bruno num local onde tem várias pessoas:
- Vem cá Bruno, tá rolando uma história em que você anda espalhando que eu sou corno. É verdade isso?
A atitude dele, lógico, foi negar. Bruno não foi homem o suficiente para assumir seu erro. Preferiu esconder e Pedro procurou briga por isso. Embora na verdade pensa que se fosse se pre-ocupar com qualquer otário que aparecer em sua vida não fará mais nada além disso.
A menina que Pedro queria ficar acenava para ele no momento que Bruno pediu para rever suas fontes. A menina disse a verdade e Pedro foi muito bonzinho com o mentiroso, deu dois tapas no peito dele e disse:
- E aí, mermão? Como é que a gente vai resolver isso agora?
Empurrou Bruno enquanto berrava as mesmas palavras enquanto esbarrava na namorada. Uma onda de raiva apossava Pedro. Embora a piedade de só ter dado um empurrãozinho para alguém que merecia um soco.
Mas seria fácil demais!
Apesar de merecer ficou só nisso. Pedro sentia que não fizera bem a sua parte. Para alguém que teve a ousadia de inventar que ele era corno e Roberta puta? Ninguém falava isso na vera e sairia impune.
Mariana entrou na frente separando os dois e afirmando pensar que esta brincava ao perguntar a verdade para ela. Sabia que ela estava mentindo e contestou esse e outros argumentos. Na hora já bastou para Pedro. Resolveu tudo e ficou um clima pesado. Analisou:
"Estou fazendo isso para defender a honra de uma pessoa que não me ama? É paixão adolescente que Roberta sentia por mim."
Resolveu não se meter mais nisso nem em outra coisa que esteja relacionado a Roberta. E que fosse melhor Bruno nem falar nada para ele. Não gosta dele e prefere deixar manter isso às claras.
Sophia apareceu em sua mente como uma estrela brilhante que surge num céu negro e traz calma. Um amor verdadeiro que nunca apagou. Que já passou por tantas provas para ganhar a confiança de Sophia ser o seu amor. Pedro sempre quis contar uma coisa para ela. Uma coisa que ela não sabia ser do conhecimento dele. Pedro sabe que um dia uma cigana disse a ela:

quarta-feira, 23 de setembro de 2009

Ainda não chegou o dia especial em que Pedro deixaria sua cidade natal. Precisava expandir seus horizontes, extasiava com tanta magia e luz acontecendo a sua volta, se divertia com inumeras histórias que ele poderia criar, inumeras pessoas a conhecer, experiências a adquirir e truques a aprender. Por que escolher outra coisa com todo o leque de oportunidades que tinha em seu próprio desejo?
Haveria de ser o que quer. Ninguém lhe tiraria esse direito.
Estava disposto a realizar seu sonho. Pedro só não estava certo de uma coisa: como fazer a garota que atualmente habita seus sonhos voltar para ele? Foi obrigado a terminar pelo mesmo motivo que ainda não está estudando arte na faculdade. E agora todos os dias ele relembra o beijo doce, a mão macia e o colo aconchegante que ela tinha.
O amor é traduzido pela distância que os separa. O sorriso suave e o arfar outrora extasiante reduzido a lembranças que lhe trazem amargura. Antes um abraço que fazia seu coração palpitar aceleradamente e hoje este mesmo abraço não dura mais do que dois segundos. Nem o colar Roberta usava mais. Deve estar esquecido em uma gaveta ou ido para o lixo. A mãe dela deve pensar que ele é um vagabundo oportunista e mesmo assim pensa em Roberta todos os dias. Sempre na hora de dormir.
Passa horas pensando nela e quando percebe o dia já está amanhecendo... ironia do destino? ele mesmo a chamava de "raio de sol". Acariciava as sombrancelhas como quem dizia "eu te amo", apertava suas orelhas enquanto observava seus olhos fechados e a cabeça de Roberta encostada em seu peito. Esfregava as pontas dos dedos na nuca de Roberta, ela acariciava sua barba e apertava contra o peito dele como quem falava: "não me deixe nunca"!
Alguns acham isso bonitinho enquanto outros acham piegas e antiquado. Pedro não tem opinião. Apenas sente calado e prepara-se para um exílio. Ele sabe que é questão de tempo para este amor se transformar numa bela amizade. E sabe que o carinho que teve por Roberta será dado a um outro alguém que lhe interessar. Mas só ele sabe o que seria capaz por mais um abraço forte e demorado, com o corpo colado e as buchechas se encontrando dos respectivos lados esquerdos de modo que os corações de um ficaria próximo ao coração do outro. Com certeza era a emoção que Pedro mais desejava no momento.
Olha para o céu negro como quem procura uma resposta de Deus. Nos desenhos formados pelas nuvens vê um pássaro com as asas abertas. Crê que este é o sinal necessario para que arrisque tudo e se jogue no abismo.
Como poderia culpar Roberta se nada do que ele prometera ele podia cumprir de imediato? E parando para pensar não era isso que Pedro queria para ela. O amor que sentia por Roberta era imenso a ponto de preferir vê-la longe dela ao invés de ver ela sofrer com ele. Pedro preferia sua solidão triste e desapegada. Era de sua natureza seus momentos de solidão. Embora nem sempre ele foi triste assim.
Já houve épocas mais alegres e menos adversas para Pedro. E não poderia deixar Roberta participar disso. Deveria protege-la dele mesmo. Por isso para Pedro amar é sinônimo de algo triste. Tristeza é sinônimo de coragem. A coragem de se largar no abismo para então voltar com uma bagagem carregada de sabedoria. Ele sabe que isso não é para todo mundo. Mas se encaixa perfeitamente no perfil dele.
E como se não bastasse tudo isto, os própios conflitos internos e os próprios problemas externos, ainda aparecem pessoas que, sem razão aparente, querem prejudicar Pedro. Um deles, Bruno, um garoto otário que mora na cidade de Salvador teve a pretensão de dizer as pessoas que ficou com Roberta na época do namoro deles. Coisa que ela jura que não aconteceu. O que mais irritava não era a mentira que Bruno inventou com medo de perder sua popularidade para alguem que ele sabia ser um cativante nato. Todos que o conheciam gostavam dele como ele era. Esse era o medo de Bruno.
O fato era: Pedro poderia ser ou não corno. Mas isso não importava mais. Ele não tinha mais nenhum vínculo com Roberta portanto isso seria problema dela e não dele. Mas o fato da covardia de Bruno em não assumir seus erros como um homem... era um menino!!